Por Thomas Gerbasi
É difícil de acreditar que mais de três anos se passaram desde a estreia Matt 'The Hammer' Hamill no UFC no card final da terceira temporada do The Ultimate Fighter em junho de 2006, mas já faz tempo - e Hamill comprova isso com seis vitórias em oito lutas no UFC.
Naquele período, 'The Hammer' estava crescendo em uma perspectiva promissora, mas inexperiente, com uma grande história como o primeiro lutador surdo a competir no UFC na, difícil para qualquer pessoa, categoria até 93kg e, no sábado a noite, ele vai completar um ciclo em sua carreira com a luta principal no card final de temporada 10 do TUF contra Jon Jones.
Com uma vitória, Hamill vai fechar a porta da fase de desenvolvimento de sua carreira e começar no caminho para coisas maiores e melhores na talentosa divisão meio-pesada. Evidentemente, o sempre humilde lutador de Ohio não vai descrever a importância desta luta simplesmente dizendo, "eu vou apenas esperar e ver o que acontece," quando se trata de seu próximo passo na carreira, mas se ele pode alcançar a terceira vitória consecutiva, incluindo os nomes de Jon Jones, Mark Munoz, e Reese Andy, ele terá que deixar não só UFC saber, mas também o mundo, que ele está pronto para o próximo nível.
Não foi fácil chegar até aqui, principalmente com as desconfianças sobre sua fazer a transição de um talentoso wrestler da faculdade para um lutador de MMA de nível mundial seria bem sucedida. Hamill e sua equipe ignoraram esse papo, optando por longas horas de treinos na academia ao norte do estado de Nova York. E no processo, um forte laço foi formado entre Hamill e a parte central de seu time formado por Duff Holmes, Tim Greene e Bruno Tostes.
"É (ter uma equipe com forte ligação) importante para mim, devido à comunicação que temos", ele disse. "Estou mais confortável e eles são como uma família para mim."
E lentamente, mas com certeza, luta após luta, Hamill mostrava melhorias em todo o seu jogo, como nas oportunidades em que ele bateu Seth Petruzelli por decisão, e parou Rex Holman e Tim Boetsch. As derrotas foram através de uma decisão controversa para Michael Bisping em 2007 e por TKO para Rich Franklin em 2008.
Adicione sua vitória por TKO sobre Andy, há um ano atrás, e o currículo é impressionante, porém ele não figura como um dos melhores lutadores para muitos, e me incluo nessa, quando fui surpreendido por um leitor que chamou minha atenção por não ter colocado Hamill como um top 20 que vieram da série The Ultimate Fighter (só para constar, se eu corrigisse a omissão e refizesse a lista, Hamill estaria nela, sem dúvidas).
Mas quando Hamill nocauteou Mark Munoz com um chute na cabeça no UFC 96, em março, não havia mais como deixar de notar o 'The Hammer', especialmente porque você sempre verá o fim da luta nos highlights.
Esse foi o primeiro nocaute da carreira de Hamill, um momento que ele não percebeu no instante do chute.
"Eu não sabia que ele estava apagado até o árbitro parar a luta," Hamill disse. "Foi o meu primeiro nocaute."
Foi também o primeiro sinal real de que a trocação dele tinha começado a combinar com seu wrestling, uma prova do trabalho que Hamill tem feito na academia ao longo dos anos.
"Eu tenho trabalhado mais na trocação do que no wrestling," ele admite. "Eu estou tentando ser um lutador completo."
O desenvolvimento do atleta de 33 anos de idade como lutador faz da luta de sábado contra o dinâmico Jones ainda mais intrigante, e Hamill pretende ser o teste que Jones ainda não teve no octógono no próximo fim de semana.
"Este é o maior teste de Jon e provavelmente ele está treinando mais do que nunca para manter a sua invencibilidade," Hamill disse. "Eu vou lhe mostrar uma luta real, e será uma boa luta, eu prometo."
Quanto à perspectiva de lidar com os movimentos pouco ortodoxos que construíram a reputação de Jones até agora, Hamill vai direto ao ponto: "o meu treinador e eu temos trabalhado algumas coisas."
Esse é Matt Hamill. Um lutador sensato que percorreu um longo caminho em três anos e meio. Anos que não parecem ser muitos para nós que estamos do lado de fora, mas para ele foram. Principalmente pela batalha que ele travou por respeito durante esse período.
"Foi difícil no começo," Hamill disse quando perguntado sobre sua jornada desde o The Ultimate Fighter 3 até sábado à noite em Las Vegas. "Eu não tinha uma base onde eu pudesse treinar, mas depois eu encontrei treinadores e um agente, e nós nos tornamos uma equipe. Agora, eu viajo por vários estados fazendo aparições promocionais pela Nação dos Deficientes Auditivos e atendo a comunidade surda, e sobre lutar, no início eu era muito cru. Mas estou feliz por chegar aqui e ter alcançado o nível mais elevado ao figurar na luta principal."