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Rashad Evans - Não há mais perguntas

  

 

Por Thomas Gerbasi  

 

A confiança tem que ser uma parte de sua composição se seu projeto é o de estar entre os melhores do mundo no MMA. Esse aspecto da luta não está perdido no ex-campeão Rashad Evans, que não teve falta de fé em si mesmo nas semanas e meses que antecederam seu confronto de sábado com Quinton 'Rampage' Jackson.  

 

Porém, estranhamente essa confiança não foi injetada nas primeiras 19 lutas de sua carreira profissional (18-0-1 e que lhe renderam a conquista do cinturão até 93kg), mas pela 19ª , a derrota por nocaute para Lyoto Machida - primeira e única de Evans.  

 

Foi após essa luta, em maio de 2009, que o ex-wrestler do estado de Michigan teve de reavaliar sua carreira, seu estilo, e basicamente tudo o que ele pensou que já tinha descoberto.  

 

"Mesmo que eu ganhasse, eu estava perdendo o tempo todo", Evans disse, "e a razão de dizer isso é porque do jeito que eu ganhava não era realmente meu estilo de luta. É bom poder misturar-se e ser capaz de trocar e ir de igual para igual com qualquer pessoa, mas ao mesmo tempo, você nunca deve ficar longe de sua base, do que você é. Se o fizer, é só uma questão de tempo antes que você comece descobrir, e você perde. Eu sou um wrestler; por que eu estou tentando mudar onde eu me sinto confortável?"  

 

Mantendo-se fiel às suas raízes de luta, o começo da carreira de Evans no UFC era estável, mas nada espetacular. Porém, quando ele nocauteou Sean Salmon com um chute na cabeça, conseguiu um nocaute sobre Chuck Liddell, e bateu Forrest Griffin, ele reconhece ter sido atraído pela forma espetacular que dava cabo de seus adversários.  

 

Essa mudança de filosofia custou caro contra Machida, e ele não estava prestes a cometer o mesmo erro contra o perigoso Thiago Silva em sua luta de retorno em janeiro. Mas, mesmo antes do combate, Evans admite que houve algumas perguntas a serem respondidas sobre a luta.  

 

"Voltando você sempre tem perguntas, perguntas sobre a sua capacidade de luta e ainda sobre as coisas que o levaram a derrota", ele disse. "Então, eu tinha um monte dessas perguntas respondidas (contra o Thiago) e foi positivo, porque eu senti que tive uma noite ruim (contra Machida). E isso pode acontecer no esporte, mas eu fui capaz de seguir em frente e avançar. Voltar ao mesmo octógono, no exato espaço que eu tinha sido batido, no mesmo local, tudo exatamente igual, era um bocado de superação, e se eu superasse isso, eu deveria estar pronto para tudo".  

 

Ele superou seus demônios na luta contra Thiago, usando seus golpes para criar entradas para wrestling e isso o manteve à frente do brasileiro a maior parte do caminho até a decisão após três rounds. Evans resistiu aos ataques de Thjiago e conquistou a merecida vitória por unanimidade. Próximo? Jackson, seu treinador rival da temporada 10 do The Ultimate Fighter e um lutador que parece ter trazido um tipo diferente de empolgação em Evans.  

 

"Ao mesmo tempo eu era um fã do Quinton e eu gostava muito dele, mas esse tempo acabou", disse. "Nós temos falado um monte de besteiras, e tudo foi acontecendo, agora estou ansioso para a luta.  

 

"Para alguém que fala um monte de lixo, você acha que ele sabe como lidar com essas situações, mas nas vezes que eu ia dizer algo à ele, eu sentia que feria seus sentimentos", Evans disse de Jackson. "Ele fala um monte de lixo, mas ele não está acostumado com alguém respondendo a altura. Estou meio surpreso com o quão fácil foi mexer com ele." 

 

Evans é um mestre quando se trata da parte psicológica e, talvez, tudo isso faça parte do jogo. Mas se faz ou não, na hora da luta, ele não vai estar pensando em quem disse o quê, ele estará focado no que ele precisa fazer para bater Jackson.  

 

"Eu limpo a minha mente e, para mim, lutar é ir lá e competir no meu mais alto nível", ele disse. "E, para competir no mais alto nível, eu não posso ter minha mente atrapalhada com as coisas que ele disse sobre mim. Pode ser que durante a luta eu use um pouco disso como combustível, mas a proposta é me manter bem e não tentar arrancar a cabeça dele com cada soco que eu lançar ou vou me cansar depois de três socos. Você só tem que deixar a luta acontecer".  

 

E vai, e pelo que falou, Evans sabe que ele estará enfrentando um adversário formidável no sábado, por isso, quando você lhe pergunta que tipo de dificuldades que o nativo de Memphis apresenta, ele não hesita com sua resposta:  

 

"Seu poder", disse Evans. "Quinton é forte e às vezes ele dá muito mais do que se imagina para se manter na luta. Mas, apesar da experiência, eu acho que ele foi um lutador melhor antes de chegar ao UFC. Eu não quero dizer que seus melhores dias ficaram para trás, mas quando ele estava no Pride, ele estava muito bem. Ele dava quedas, fazia ground and pound, era mais versátil. Agora que ele está no UFC, ele está confiando muito em seu poder e tentar terminar a luta com um soco, e isso é tudo o que ele realmente tenta. Mas eu estou pensando que enfrentarei a melhor Quinton já visto".